domingo, 30 de novembro de 2014

O tão falado (escrito) Internetês

AKI
BLZ
FLW
CMG
EH
HJ
PQ
KD
ND
Q
QDO
Qq
KKK
Rsrsrsr
HUAHAUHAUHUA
HEUEHUEHUE
BJ
FDS

Esses são apenas alguns exemplos do novo dialeto que se perpetua pelo espaço virtual. O ethos da Internet ganha cada vez mais espaço, de tal forma que ler palavras escritas de forma certa e condizentes com a Língua Portuguesa Padrão no espaço virtual, é uma forma de distinguir e denunciar que aquela ou essa pessoa não está acostumada a viver nesse meio. Não é mesmo o seu habitat natural.



Também é impossível falar em Internetês e não citar os emoticons, verdadeiros espelhos de todos tipos de sensações. Eles guardam nas entrelinhas sentimentos, sensações, respostas que dispensam palavras, comprovando assim a tese de que o imagético fala mais do que o textual.




Vem comigo e descobre a história deles!



Acreditem ou não, os emoticons tem uma vida mais longa que os próprios computadores. Está comprovado  o uso do número 73 em código Morse que significava "amor e beijos" ou gentilmente em conversas formais. Já o Smiley, esse aqui, surgiu na década de 60, como parte da estratégia de uma companhia de seguros para aumentar o moral dos funcionários. Não demorou muito e a simpática carinha virou um sucesso e continua como tal até hoje, sendo o mestre de todos os emoticons.



Outra vertente acredita que os emoticons surgiram na Internet, com as finalidades parecidas com as atuais, em 19 de setembro de 1982 por um cientista da área da Computação que se chamava Scott Fahlman. Nessa época, ele era participante de um fórum de debates de uma Universidade em Pittsburgh, e resolveu divulgar o símbolo :) para mensagens alegres e divertidas e o símbolo :-( para as mais tristes e sérias.



Essa mensagem aparece ilustrada aqui:

"19-Sep-82  11:44   Scott E Fahlman :-)
From: Scott E Fahlman  <Fahlman at Cmu-20c>
I propose that the following character sequence for joke markers:
:-)
Read it sideways. Actually, it is probably more economical to mark things that are NOT jokes, given current trends. For this, use
:-( "
Os mais atuais e adotados por aplicativos como Whatsapp, Instagram e redes sociais como Twitter, Facebook e disponíveis em sistemas Android e iOS são esses aqui:




O ethos da Internet é tão fortemente conhecido e compartilhado por todos, que O  FATO DE ESCREVER COM O CAPS LOCK LIGADO REMETE À BRIGA, RAIVA, DOR. Os milhares de pontos de exclamação enfatizam a emoção!!!!!!!!!!!!!!!!! enquanto que os 396 milhões de pontos de interrogação enfatizam o tamanho da dúvida???????????

Em uma discussão mais aprofundada, é possivel alimentar uma dualidade. Até que ponto a linguagem utilizada em ambiente virtual (o internetês) deixa de ser uma evoluação e se torna uma ameaça? Ou relacionar ameaça à esse tema é exagero demais? 



O internetês divide opiniões, já que alguns acreditam que não passa de um besteirol, o homicida responsável pela morte da língua culta, correta e padrão. Acreditam que depois de tanto tempo lutando por uma educação melhor, buscando a leitura como uma alternativa de enriquecimento de vocabulário e noções gramaticais, para desenvolver pessoas mais capacitadas e que dominem a própria língua, a Internet com sua linguagem específica  vem desmoronar com esse esforço. 



Entretanto, outra vertente, é defensora dessa linguagem de forma a reforçar identidades e a criatividade. Também acreditam que não foi o advento da Internet a causa principal dos erros crescentes de acentuação, escrita e gramática apresentados nas pessoas. Essas reclamações sempre existiram, como bem observa o professor Carlos Minchillo: 



O fato é que a língua está em constante mutação. É importante reconhecer que enquanto uma linguagem que reforça a identidade de uma época, de um meio e de um grupo, o internetês exerce muito bom essa função. A grande questão é fazer com que ele não seja extrapolado para outras instâncias da vida e do conhecimento, ficando a pessoa responsável pelo bom senso de quando usá-lo. 



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