O texto estudado em sala de aula, de Nicholas Carr, apresenta o que é hoje grande motivo de preocupação entre as pessoas, principalmente no que diz respeito a pais e educadores. Carr questiona: O Google está nos tornando mais estúpidos? Na minha visão, acrescentaria, que não apenas o Google, mas toda a Internet e seus dispositivos tem nos tornado mais preguiçosos. Entenda, preguiçosos, o que não significa dizer mais tolos.
Não se pode mais pensar a tecnologia como a concorrente direta dos livros, papel, jornais, caderno, quadro-negro, giz, e outras formas tradicionais de aprendizagem. O mundo contemporâneo propiciou um ambiente diferente de ensino e captação de estímulos, o que não permite pensar a Internet e as outras mídias apenas com um juizo de valor negativo.
Steve Johnson, em seu livro "Surpreendente - A televisão e o videogame nos tornam mais inteligentes" oferece um contraponto à Carr. Segundo Steve Johnson, a fonte de conhecimento também se encontra em meios práticos, jogando video game, assistindo TV ou navegando na web. A Internet invoca à leitura a todo momento, ainda que a atenção não seja linear como num livro.
Na Internet, tudo é realizado ao mesmo tempo. Como afirma Nicholas Carr, o cérebro na atualidade funciona diferente. A leitura que antes corria de forma fluida agora é permeada pela concentração difusa, pela superficialidade, na tentativa de ler um pouco de tudo. Jonhson (2005) também acredita que além da leitura, a escrita ganha papel importante no mundo virtual. Essa transformação se deve à tese de McLuhan quediz que o uso da tecnologia modifica quem nós somos e que toda mudança tecnológica implica em mudanças de sentido, de cognição.
McLuhan afirma que não há duvida de que hoje as pessoas escrevem, imprimem e lêem mais do que antes. Carr e Johnson (2005) corroboram com essa questão ao defenderem que as pessoas lêem muito, talvez mais do que antes, só que de forma diferente. “De repente as crianças se vêem transportadas para o meio quente da palavra impressa, com seus padrões uniformes e rápido movimento linear. Inutilmente tentam ler em profundidade. Lançam na palavra impressa todos os seus sentidos — e ela os rejeita.” (McLuhan, p. 346)
Mas também não podemos desconsiderar o pessimismo e descrença de Carr. Apesar desse discurso ser antigo e também utilizado para referenciar a televisão, estamos de fato cada vez mais passivos, acomodados para buscar as fontes e dispostos a sermos receptores preguiçosos, lendo e ouvindo tudo por aí, sem contestar. Essa falta de confronto de ideias, de percepções próprias é o que faz com que o senso comum ganhe cada vez mais força e o consenso seja a única realidade.
Lemos muito, é verdade, lemos até mais do que antes, mas de forma muito superficial, de tal forma, que como aponta Carr, nossos cérebros, flexíveis que são, estão se acostumando à quebra de raciocínio. Mergulhar profundamente em um livro virou tarefa árdua.
Isso também acarreta em prejuízo para a nossa memória, já que não nos preocupamos mais em guardar nada. Números de celular de conhecidos só são possíveis de serem contatados porque estão ali na agenda telefônica, datas comemorativas, rotas e caminhos não nos preocupam mais, já que ali está a tecnologia que a armazena.
Como ponto positivo, é apresentado nesse artigo, o uso da plataforma Twitter omo complemento de ensino entre profissionais da área de Comunicação, mais especificamente de Publicidade e Propaganda: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-3861-1.pdf
Também é apresentado aqui um link que demonstra quais são as características do texto em espaço cibernético. http://revistalingua.uol.com.br/textos/64/artigo249031-1.asp
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